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Manuel Teixeira Gomes viveu como quis. E, já depois de muito vivido, trouxe debaixo de olho, e do seu corpo, uma trabalhadora do seu fumeiro, Belmira das Neves, que tinha 15 anos. Belmira, com 19 anos, dá-lhe a primeira filha, Ana Rosa. E voltaria a ser pai quatro anos depois, aos 50 anos, da segunda filha, Maria Manuela.Publicado por :José Alberto Quaresma, Comissário das Comemorações de Teixeira Gomes
A implantação da República obriga-o a abandonar a pacata vida familiar em Portimão, onde nascera. E a separar-se dos negócios dos frutos secos e do amanho das suas propriedades.
Durante treze anos, em Londres, defendeu a República, promoveu o seu reconhecimento internacional, negociou a entrada de Portugal na Grande Guerra, esteve no centro das negociações para a Paz e na criação da Sociedade das Nações, onde chegou a vice-presidente. Ganhou fama e prestígio político. O mesmo que lhe garantiu a eleição para a presidência da República, em 1924. Entediado pela crispação de militares e civis, abandona País e fortuna para nunca mais voltar.
Inteligente, culto, foi um dos grandes criadores literários da primeira metade do século XX. Pela sua obra perpassa uma intensa sensualidade que é quase física, mas também a pulcritude da paisagem algarvia ou mediterrânica, ou a sordidez da natureza humana, que algumas personagens da sua ficção exibem.
Na evocação deste homem, cabe muito e em grande. Foi a mais internacional das figuras da primeira República. E o mais ecléctico algarvio de todos os tempos. Mas não cabe a mesquinhez e a torpeza de insinuações, impossíveis de provar, sobre uma vida que só ele a gastou como quis e era uso.
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