domingo, 30 de maio de 2010

Via do Infante ou A22

Ilustração GI
Nasceu como Via do Infante de Sagres, com graves problemas de gestação, quanto ao traçado que esteve comprometido por colidir com interesses instalados, e sofreu, ainda assim, alterações nem sempre consensuais.

A qualidade de construção não é a melhor, houve nitidamente, uma deficiente fiscalização a este nível, sobretudo no troço Ferreiras-Portimão em que o ruído provocado pelo rolar dos pneus, e a cor do piso, permitem a um leigo nesta matéria, perceber que falta espessura de alcatrão.
 
Para os nossos vizinhos Espanhóis que, felizmente, cada vez mais  escolhem o Algarve como destino das suas férias e mini-férias, é a única via aceitável para chegarem até nós e progredirem na descoberta do oeste,  nomeadamente do Barlavento Algarvio e da Costa Alentejana.

Da mesma forma, para todos os turistas que nos chegam através do Aeroporto de Faro, esta é a única via que não nos envergonha, de chegar aos seus destinos de férias, e, promover deslocações entre as cidades da forma que o fariam nas seus Países de origem.

A estrada nacional 125 estava à data da construção da Via do Infante completamente saturada e apresentava o maior índice de sinistralidade em Portugal. Atravessa várias populações, está repleta de sinalização luminosa e não tem condições de escoamento do trânsito em época baixa, imagine-se em pleno verão.
Estas considerações vem a propósito da classificação deste itinerário como Auto-Estrada, sabendo-se que não reúne os pressupostos técnicos exigidos, e sobretudo do que se adivinha ser intenção de cobrar portagens. 

As auto-estradas devem ter portagens, em Portugal, numa lógica do utilizador-pagador, mais justo que fazer sair do orçamento suportado por todos, o custo daquilo que apenas alguns beneficiam.

Contudo, para que isto possa acontecer tem o Governo que construir uma alternativa, sem a qual seria impensável implementar estas medidas, sob pena de arruinar o turismo na região, o que acabaria por ter custos incomensuravelmente superiores às receitas geradas pelas portagens.

Os Algarvios saberão certamente tomar medidas, no caso de este Governo sob o pretexto da necessidade de gerar receitas urgentes, desrespeitar os interesses Nacionais em geral, e Regionais em particular dada a dependência desta zona do sector do turismo.


 

Sem comentários: