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Governo pode garantir mais 3000 milhões com IVA e subsídio de Natal - Economia - PUBLICO.PT
As televisões europeias faziam hoje eco desta notícia, dando o facto como adquirido.
Não sendo uma estratégia de génio, o anúncio destas medidas era esperado nesta conjuntura favorável ao governo, e à acção política na generalidade, isto por duas razões:
- O Benfica acabava de ganhar o campeonato, e a esmagadora maioria dos portugueses estavam ainda numa espécie de ressaca festiva;
- O Papa chegava hoje a Portugal e as atenções estavam totalmente focadas neste acontecimento, pelas mais variadas razões, uns pela sua vocação religiosa, outros pela indignação com tamanho esbanjamento de dinheiros em tempos de crise.
Mas vamos agora ao mais importante:
Não posso aceitar que continuem a ser os mais pobres, os que têm menos recursos, que vivem dos seus ordenados, sabe Deus com que dificuldade, a contar trocos para chegar ao fim do mês, e não poucas vezes a acumular dívidas em cartões de plástico (que mais tarde os hão-de sufocar, ainda mais), dizia eu que é inaceitável que sejam pedidos mais sacrifícios a estes, em vez de o serem aos mais ricos, e aos verdadeiros responsáveis pela crise, e aos gestores das empresas de capitais públicos que abdiquem dos seus chorudos ordenados e demais regalias e dos escandalosos bónus, e aos nossos políticos que não cumpriram a missão que lhes delegamos de trabalhar em prol da Nação e de fiscalizar a acção dos governos.
A subida das taxas de IVA são um mal menor, na medida em que é o consumo que determina a sua incidência, ou seja quem consome paga mais, quem já pouco pode consumir pagará pouco mais.
Já o que diz respeito ao subsídio de natal essa é uma medida inaceitável porque todos sabemos de gente muito rica que declara rendimentos de trabalho equivalentes aos ordenado mínimo; As profissões liberais que mais ganham ficariam de fora, ou seriam igualmente sujeitas ao valor mínimo, e isso é de uma injustiça social gritante.
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